SAVE: a evolução dos 4 Ps do marketing para a realidade B2B
Os profissionais de gestão de marketing, e até mesmo publicitários, têm como conteúdo obrigatório na jornada acadêmica a teoria dos 4 Ps do marketing. Além disso, o conceito ainda é amplamente utilizado no momento de construir o alicerce de uma estratégia.
Porém, no contexto do mercado B2B, a teoria dos 4 Ps pode acabar restringindo o desempenho de quem atua com a gestão de marketing. Por esse motivo, o conceito está desatualizado, visto que o mesmo não consegue apresentar uma visão completa entre os setores da empresa e da vida do consumidor.
Nesse cenário, um estudo realizado pela Harvard Business Review coloca à mesa uma nova tese chamada de SAVE, que é uma nova forma de pensar os 4 Ps de marketing no mercado B2B.
Quer entender mais sobre essa nova teoria e como reinterpretar os tradicionais 4 Ps do marketing com a SAVE? É só continuar a leitura e aproveitar o conteúdo!
O que diz o estudo da Harvard Business Review?
A pesquisa durou cinco anos, envolveu mais de 500 gerentes e clientes em vários países, e contou com uma ampla gama de indústrias B2B.
Ao final, foi descoberto que o modelo dos 4 Ps prejudica os profissionais de marketing B2B de três maneiras importantes:
- leva suas equipes de marketing e vendas a enfatizar o produto, tecnologia e qualidade, embora não sejam mais diferenciais, mas apenas o custo de entrada;
- os 4 Ps realçam a necessidade de construir um caso robusto para o valor superior de suas soluções;
- e, por isso, os distrai de aproveitar sua vantagem como uma fonte confiável de diagnósticos, conselhos e solução de problemas.
O estudo ainda diz que isso não significa que os 4 Ps são irrelevantes, e sim que precisam apenas ser pensados de forma diferente para o mercado B2B, fazendo a seguinte substituição:
- produto por solução;
- praça por acesso;
- preço por valor;
- promoção por educação.
Como funciona a SAVE?
O principal objetivo da teoria elaborada pela Harvard Business Review é raciocinar os Ps tradicionais por uma ótica diferente e menos simplificada, de modo a atingir áreas esquecidas pela teoria antecedente.
Os velhos “Produto, Praça, Preço e Promoção”, dão lugar à “Solução, Acesso, Valor e Educação”, tornando-se a sigla SAVE. Veja a seguir o que significa cada um desses pontos!
Solução
O foco aqui é o cliente, por isso o “produto” é trocado por “solução”. Precisa-se pensar no que o consumidor precisa, e não no que a empresa acredita que irá vender.
Talvez o bom “menos é mais” funcione melhor, sem buscar por inovações que não trarão um uso prático para o cliente. A regra é procurar resolver os problemas da persona da melhor maneira possível.
Acesso
A proposta do “acesso” é ter uma visão global da “praça”, ou seja, compreender a jornada do consumidor e acompanhá-lo durante todo o seu caminho. Esse ponto diz que a empresa precisa estar presente em todo o processo de venda, e nos ambientes comuns ao lead, o que dependerá do conhecimento que a companhia tem sobre seu público-alvo.
Valor
Segundo o estudo da Harvard Business Review, o que importa é o valor gerado pelo produto ao cliente. Resumindo: seu preço precisa ser proveniente do seu produto, e não deve ser ditado por pesquisas de benchmarking ou margem de lucro pré-definida.
O consumidor precisa compreender o preço do produto como um reflexo do que está incluso na compra, e pela identidade da marca.
Educação
Já ouviu aquela máxima do marketing que “um potencial cliente precisa ouvir sobre sua marca pelo menos 7 vezes para tomar uma decisão de compra”?
Essa é a regra que comanda o jogo da etapa de “educação”. O objetivo é oferecer educação relevante ao cliente ao longo de sua jornada, de acordo com sua necessidade em cada ponto. Isso pode ser feito com Marketing de Conteúdo, bonificações e contato frequente.
Conclusão
A moral da história é que, mesmo aplicando a teoria SAVE no mercado B2B, ainda é essencial que a empresa conheça muito bem seus clientes e elabore estratégias de maneira direcionada.Gostou do conteúdo? Então, aproveite para conferir nosso artigo sobre planos de marketing.